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Meu DVD de mensagem!

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sábado, 15 de novembro de 2008

Maldição hereditária



Recebi este e-mail de um irmão com muitas perguntas. Publiquei na íntegra aqui porque esta dúvida também pode ser a sua.

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Bom dia Pastor Deivinson Bignon,

Há uma semana participei de um movimento de uma determinada igreja, chamado "ENCONTRO COM DEUS". Estou tentando com afinco me orientar espiritualmente e estou encontrando respostas para isso nas Escrituras Sagradas. Já lhe enviei um e-mail e você me respondeu que, se eu tivesse alguma dúvida, era para eu não me fazer de rogado. Pois bem, neste encontro percebi que os pastores usavam muito a psicologia, tais como controle emocional, choravam enquanto pregavam, gritavam muito e usavam “missionários” para observar se as pessoas realmente estavam com suas emoções abaladas, além de mostrarem imagens de acidentes horríveis, suicídios, demônios e incentivavam as pessoas a gritarem e levantarem as mãos para o alto para louvarem ao Senhor. Eles também gritavam que, se a gente não orasse, Satanás ia fazer isso e aquilo e o demônio não iria sair; enfim, eu nunca tinha participado de uma coisa tão maluca! Vi tantas pessoas caírem na minha frente que, no segundo dia, eu já nem me importava com o que via na minha frente, já não sentia mais nada do que senti logo no primeiro dia – arrepios e o coração palpitar mais forte. Nesse "ENCONTRO COM DEUS" havia vários níveis; em um, pedem para nos ajoelhar e orarmos sempre de olhos fechados, é quando missionários começam a jogar água nos “encontristas”, e o pastor pede para que os participantes peçam perdão pelos seus pecados.

Mas o motivo do meu e-mail é que eu estou lendo o seu trabalho e me deparei com a "MALDIÇÃO HEREDITÁRIA", o pastor presidente nos orientava que temos que nos livrar dessa maldição e, ao ler o seu trabalho, me deparei com este assunto abordado à luz da Bíblia. Então me pergunto: Será que estou recebendo uma boa orientação? Posso acreditar nesse pastor? Posso confiar nessa igreja? Devo me dirigir ao pastor e comentar? Eu realmente estou com estas dúvidas.

Muito obrigado, tenha um bom dia e um ótimo final de semana.

Irmão X

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Olá, irmão X!

Realmente, como escrevi em meu livro “Voltando para a Bíblia”, a maldição hereditária é uma falácia antiga que permanece até aos dias de hoje com outra roupagem. Transcreverei abaixo o trecho do livro apenas para reafirmar as bases bíblicas deste assunto ainda polêmico. Em Ezequiel 18.2-4 lemos: “Que tendes vós, vós que, acerca da terra de Israel, proferis este provérbio, dizendo: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos é que se embotaram? Tão certo como eu vivo, diz o SENHOR Deus, jamais direis este provérbio em Israel. Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá”. Desde os tempos antigos já se acreditava nesta doutrina, mas o Senhor Deus deixa bastante claro que não é desta maneira que acontece. Hoje, os proponentes da “maldição hereditária” fizeram apenas uma pequena modificação.

Os pregadores da maldição afirmam que se alguém tem algum problema relacionado com o alcoolismo, pornografia, depressão, adultério, nervosismo, divórcio, diabete, câncer e muitos outros, é porque algum antepassado viveu aquela situação ou praticou aquele pecado e transmitiu tal pecado ou maldição a um descendente. A pessoa deve então orar a Deus a fim de que lhe seja revelado qual é a geração no passado que o está afetando. Uma vez que saiba qual, pede-se perdão por aquele antepassado ou pela geração revelada e o problema estará resolvido, isto é, estará desfeita a maldição.

Devido a esses exageros, alguns estudiosos, como Paulo Romeiro, parecem não ter uma visão otimista do futuro doutrinário da igreja evangélica brasileira:
"Do jeito que as coisas estão caminhando, daqui a pouco vamos ter conferências para alguém receber a unção da pasta de figo (2 Reis 20.7), a unção da saliva ou do lodo (João 9.6), a unção da sombra de Pedro (Atos 5.15) e muitas outras".

Sobre o encontro que você teve, não há como eu referendar as práticas deste ministério, uma vez que, como escrevi no livro, não vejo base bíblica para tais práticas de quebra de maldição hereditária. Responderei agora às suas perguntas práticas.

1) Será que estou recebendo uma boa orientação?
R: No que se refere à doutrina da maldição hereditária, com certeza não está sendo bem orientado. Sobre outras doutrinas da prática cristã eu não tenho como lhe dar uma resposta, pois não sei como este grupo que você está freqüentando se posiciona sobre elas.

2) Posso acreditar nesse pastor? Posso confiar nessa igreja?
R: Pelo modo como esse evento que você me descreveu foi conduzido, para mim está bem claro que o pastor não segue uma “liturgia” comum aos grupos evangélicos tradicionais, ou mesmo aos grupos pentecostais históricos. Não sei qual é esta denominação ou comunidade, mas está claro para mim que se trata de uma comunidade neopentecostal. Como toda comunidade neopentecostal independente, o pastor local é livre para conduzir e doutrinar a igreja do modo como achar mais conveniente, geralmente sem prestar obediência a nenhuma instância superior. Tanta liberdade facilita bastante os desvios doutrinários. Não conheço o seu pastor, portanto não posso ajudá-lo no que se refere a esta pergunta. Apenas posso aconselhar para que você ore e receba direção certa do Senhor sobre se deve ou não permanecer neste ministério.

3) Devo me dirigir ao pastor e comentar?
R: Caso o pastor seja uma pessoa aberta ao diálogo, e você tenha liberdade para comentar assuntos como esses com ele; sim, o ideal é que realmente comente. Apenas fique atento, pois ele contra-argumentará com você sobre a maldição hereditária. Caso ele queira contra-argumentar, só aceite o que ele disser depois de fazer uma análise madura das bases bíblicas que ele usar – “Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim” (Atos 17.11). Neste caso, se você quiser, poderei ajudá-lo respondendo às contra-argumentações dele de acordo com as minhas pesquisas bíblicas. Só quero deixar claro que o meu objetivo não é trazer divisão à igreja ou mesmo assediá-lo para que abandone a sua comunidade atual. A minha única motivação ao responder o seu e-mail é prestar esclarecimentos bíblicos, como me foi solicitado – “Amados, quando empregava toda a diligência em escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes, diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos” (Judas 3).

Paz e bênçãos...

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